quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Estou me preparando para escrever mais sobre sabonetes. Inclusive uma retrospectiva sobre o Sabão da Costa, que estou devendo desde março.
Mas hoje estou empolgada criando um produto novo e UAU! não posso parar.

domingo, 27 de novembro de 2011

sabonete Tonkin (aroma de mock almíscar)

Sobre sabonetes artesanais

Muitas pessoas me questionam sobre como faço meus sabonetes. Algumas ficam horrorizadas quando falo que levam soda cáustica e dizem que "não usam nada com soda na pele".
Falácia!
Para que haja sabão, é necessário que haja uma reação química chamada saponificação que, trocando em miúdos, é a combinação de um ácido com uma base, dando um sal.
Este sal, o sabão, é resultante da combinação entre os ácidos graxos com uma base forte, que pode ser a soda, a potassa ou algum desengraxante ainda mais cáustico. O que interessa é que toda soda se combine com toda a gordura. Para isso há um tempo de cura, em que esta reação de saponificação se completa totalmente, sem deixar resíduos.
Os sabonetes feitos através do cold process são assim. Usamos a soda, porém ela se combina totalmente com as gorduras, transformando-se em sabão, sem sobrar soda nenhuma. Pelo contrário, toda saboneteira consciente coloca um acréscimo de gordura chamado superfat para garantir que nada cáustico permaneça, e que o sabão tenha um efeito hidratante na pele.
Algumas pessoas argumentam que os sabões de glicerina não usam soda, porque não entram em contato com ela, pois só compram as barras derretíveis em lojas especializadas para darem acabamento ao sabão, colocando aditivos e fazendo decoração das barras.
Mas estas barras de glicerina contem não somente soda, como desengraxantes poderosos, como o lauril eter sulfato de sódio (LESS), lauril sulfato de sódio (LSS), bem mais cáusticos que a soda e tendo como base... a soda!!!
Ou seja, você não escapa da soda se usa a glicerina derretida, e pior, os saboneteiros ainda acrescentam mais lauril, para aumentar a espuma (oh, quanto engano!) o que deixa a barra ainda mais cáustica, ressecando e removendo as camadas córneas superficiais da pele. Isso pode causar coceiras, alergias, descamações (peles secas ou normais) ou excesso de oleosidade (pele oleosa). Em xampús, a ação acumulativa pelo uso de detergentes, provoca queda dos fios e sensibilização do couro cabeludo
Os sabonetes feitos pelo hot process combinam toda a soda através do cozimento da massa. O sabão sai da panela prontinho para ser usado, mas por precaução, ainda deixamos alguns dias, para secagem e cura.
Os do tipo rebatch são recozidos, demoram muito tempo secando na forma até serem preparados para embalar. Estes são os mais suaves e generosos à pele e também os mais perfumados. Mas mais trabalhosos também, e difíceis de dar certo.
Quanto à glicerina, ela é um subproduto do fabrico do sabão. Em todos os sabões que faço, a glicerina não é retirada. Pelo contrário, toda barra de sabonete tem poder hidratante, emoliente, para a pele do seu rosto e do seu corpo.
Os sabonetes feitos assim, são o que os franceses chamam de le vrai savon (o sabão verdadeiro) que lava e cura, que cicatriza pequenos ferimentos, que desinfeta a pele, deixando-a macia e viva.
Experimente! Sua pele delicada merece este cuidado especial e científico.
Sem meias verdades, sem enganar ninguém.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Natural Perfume Academy






Em novembro começaram as aulas do novo curso, em português, da Natural Perfume Academy.  
Para mim, uma grande responsabilidade, pois entre os meus alunos há os que tem um conhecimento prévio de aromas e perfumes provavelmente maior que o meu: duas aromaterapeutas (profissionais) e um adorador de perfumes de griffe. 
Mais um grande desafio que se inicia.
Se é um desafio, é preciso ter calma, estudar muito, ter um fazer consciente. Prometo dar de mim o melhor, muita concentração e dedicação. Vou fazer o possível para que saiam realmente felizes com o curso e que adquiram os recursos técnicos necessários para que sejam bons perfumistas botânicos naturais.
Fiquei muito feliz por ter a confiança de minhas professoras, Justine Crane e Shelley Waddington e da diretora da Academia, Ruth Ruane, que colocaram o curso em português  nas minhas mãos. Agora, tenho que honrar esta confiança, apresentando o melhor de mim, como monitora do curso.
Espero que consiga e que meus alunos ajudem a melhorar o aroma do mundo.