sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Fé, menina sagrada.

Semana passada fomos, marido e eu, a Tiradentes, para participar de um evento de aromatologia, chamado Consciência Essencial, feito pelo grupo Viver de Aromas (André, Tuane, João e Michel).
Lá tive a oportunidade de encontrar gente legal, com propostas e papo legal. Homens que respeitam as mulheres, tratam-nas bem, colocam-nas em destaque e gostam delas. Mulheres dinâmicas, poderosas e interessantes, que chamam a menstruação de sagrado feminino. Não quero colocar entre aspas, porque não considero zombaria nem quero que considerem.

Ao que parece, custamos a entender a menstruação, como um rito de passagem de nosso corpo. 
Pelo menos, agora, as meninas podem perguntar para as mães o que se passa, que sangue é aquele que de vez em quando aparece.
Antigamente, na época em que a minha menarca aconteceu, aos 10 anos de idade, inesperadamente, após uma matinée de cinema, assistindo a Volta ao Mundo em 80 dias, cheguei em casa e: OH! Pensei que tivesse feito alguma coisa errada, que estivesse doente, perfurada, algo grave e dei um tremendo grito! Veio a Filó (a minha querida amiga e conselheira) me socorrer, explicar o que minhã mãe não conseguia direito. Tive que me conformar em ouvir que não podia mais brincar com os meninos na rua, que teria que me comportar mais, que devia parecer uma mocinha. Para mim, aquilo doía muito, como uma traição intuitivamente esperada, de meu corpo, uma decepção comigo por não ter esperado mais, até os 14, como a primeira menstruação da Filó.

Daí pra frente, fui alvo da conversa de todas as amigas e parentes da minha mãe e na escola eu era uma das "premiadas" do 4ºano primário.
Foi trocando ideias na escola, que aprendi um pouco mais, que não era um bicho anormal, que sangrava todo mês. Era só uma das características de ser mulher e era só ir me acostumando. Não foi difícil.
Provavelmente foi ela que me fez estudar biologia, porque eu queria muito entender tudo o que me acontecia por ser viva.
Estudei muito e saquei algumas coisas. Ao longo do tempo, estudei mais e saquei mais:

Antigamente, quando vivíamos em bandos de caçadores/coletores, a mulher menstruava muito pouco tempo de vida. Ou estava grávida ou estava amamentando. Ambas as atividades ou impedem ou diminuem o fluxo da menstruação.  Esta só se repetia mensalmente nas mulheres estéreis e nas muito jovens, que não tinham parceiro sexual.
Porque a menstruação nada mais é do que o revestimento endometrial do útero, que se prepara para receber um óvulo fecundado. Como o óvulo não vem, a parede do útero se descama e este revestimento sai do corpo pela vagina.
Via de regra, este sangue é sinal de que a mulher está apta a ser fecundada novamente. 

É interessante como somos diferentes das outras mamíferas! Deveria ser o nosso cio, mas é exatamente o contrário. Temos cio todo mês e bem pouco instintivo. Na mulher, o sinal de sangue também quer dizer que não está fértil, naquele período.
À medida que fomos crescendo e reproduzindo, a população humana cresceu demais e demos um nó na Evolução! Com nossa inteligência e capacidade de aprender, fomos cada vez mais nos distanciando das leis que regem a Natureza. Aumentamos nossa resistência a doenças, com a ajuda da medicina. Aumentamos nossa longevidade, comendo direito e fazendo exercícios. Usamos de práticas para vencer ou diminuir os efeitos da "seleção natural", porque somos os racionais.
E com a menstruação não foi diferente.
Menstruamos fora do cio, não ficamos grávidas sem programação (há quem não saiba se programar, mas aí é outra coisa) e nosso ciclo hormonal é diferente das outras mamíferas.
Só temos um grande problema: não sabemos direito o que fazer com isso, a não ser tomar cuidados básicos. E muitas de nós tomamos pílulas anticoncepcionais e alteramos ainda mais nosso comportamento natural.
Agora há diferentes dispositivos para usar na menstruação, que não havia quando era mais moça. Coletores de plástico (interessantes, mas parecem muito rígidos e incômodos e também, por serem introduzidos com os dedos, fica sujeito ao contato manual. Paninhos, bem diferentes das toalhinhas higiênicas "da vovó", que eu também usei e são horríveis de usar e lavar.
Eu teria que aprender como se usa tudo isso, mas não quero. Não menstruo mais. Fico com a paz das anciãs, daquelas que já sabem o que fazer e precisam passar adiante.

Na TPM, se você é das sonolentas, use uma menta ou alecrim, para aspirar, esfregando nas mãos ou no lenço. Águas aromatizadas com anis, hortelã e alecrim também são ótimas!

Se você é tipo nervina, que sobe pelas paredes e tem vontade de assassinar quem se aproxima, um travesseiro para desafogar suas intenções, que você possa esmurrar e morder.. Um chá ou água aromatizada com camomila, capim cidreira. Água de flor de laranjeira é uma bênção, nestas horas! Duas colheres de sopa em um copo d'água e tudo se descomplica.
Se você tem dores de cabeça, pode ser sono. Nestes dias o sono aumenta e você quer viver igual, descompensa e a dor de cabeça vem. Se dormir e não melhorar, tome um chá de louro. 
Mantenha seu intestino funcionando. Como é muito chato fazer cocô junto com a menstruação, a gente se prende!!! Pense o seguinte:"depois que estiver tudo pronto, eu vou me lavar com água e ficarei limpa e refrescada." E faça isto. Se não puder, ande com lenços de limpeza, para garantir uma bela higienização. E é muito importante, pois se o intestino fica preso, há acúmulo de gases e isso comprime a pelve, causando cólicas mais fortes. Um chá de capim cidreira vai ajudar bastante, junto com o louro.
Se você incha, o chá de capim cidreira com louro também irão ajudar, pois têm ação diurética. Pode associar com cavalinha, para desinchar.

Seios doloridos, dores nas costas e baixo ventre, com cólicas, o chá de louro é uma bênção. O chá de anis, para variar e não ficar só no louro. Relaxam, tiram a ansiedade e são anti espasmódicos, diminuindo a dor.
Sim! Faça sua tabelinha. Sempre! Ah, mas isto não adianta nada. Olhe, faça! Você aprende a se conhecer mais, entra em contato consigo mesma, começa a entender melhor seu ciclo e sabe distinguir legal quando aquela irritação é verdadeira ou é apenas raivinha de TPM.
É só marcar o primeiro dia da menstruação e outra hora eu ensino o resto, mas só se você se in
teressar...
Tem mais coisa pra falar?
Claro que tem, mas por enquanto, é isto.
Cuidem-se. Se vocês não se cuidam, ninguém o faz.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Água de Hungria

Conta a lenda que a rainha Isabel da Hungria, Santa Isabel (1305-1380), queixava-se de muitas dores reumáticas. Um eremita lhe deu uma receita milagrosa que, além de melhorar suas dores, rejuvenescia e tonificava a pele.
Muitas senhoras da corte, a exemplo da rainha, passaram a usar esta loção milagrosa, também, corroborando seus efeitos.

Dizem até que o Rei da Polônia pediu Isabel em casamento, mas ela recusou, pois já tinha 72 anos!
A Água de Hungria era antes chamada de Água da Rainha da Hungria e foi considerado um dos primeiros perfumes em base alcoólica.
Em sua receita, há óleos essenciais de alecrim e cítricos, água de flor e álcool.

Tem os poderes antioxidantes e tonificantes do alecrim, os óleos cítricos limpam a pele, deixando os poros desobstruídos, estimulando a circulação e com a ação calmante e sedativa da água de flor, a pele se regenera e cria outro viço.
Uso a Água de Hungria com muita frequência, pois tenho rosácea e ela ajuda a controlar este mal.
Muito bom depois de uma viagem, depois de passar muito tempo na rua, recebendo impurezas, após uma caminhada por estradas poeirentas, ao enfrentar o trânsito ou trabalho em ambiente empoeirado ou que deposita resíduos.

Para limpara a maquiagem.
Para vitalizar o banho.

Como loção pós-barba, ajuda na remoção de impurezas da pele que causam a foliculite ou outras irritações.
Contra urticárias e coceiras. Contra picadas de insetos e outras irritações.
Controla a acne de todos os tipos.
É excelente regulador do funcionamento das glândulas sebáceas, regulando o excesso de oleosidade, quando a pele é oleosa, e estimulando as glândulas a promover a lubrificação necessária à pele seca.
Aspirá-la desperta e anima.


Esta fórmula é adaptada, tendo como referência a fórmula de Piesse, modificada usando outros estudos.

Atenção!
A água de Hungria não é indicada para quem sofre de hipertensão, por causa do alecrim.
Também não é indicada para quem tem alergia a álcool ou fenóis.


Modo de usar: Molhe um algodão com água destilada, filtrada, mineral ou hidrolato. Retire o excesso deixando-o ligeiramente úmido. Molhe bem com Água de Hungria e passe sobre o rosto, colo e pescoço, com movimentos ascendentes. Troque o algodão, se necessário.
Se quiser um efeito refrescante, enxágue com água fria corrente. Se quiser um efeito duradouro, deixe sobre a pele o quanto quiser.
Pode ser usada diariamente, preferencialmente depois do banho.