sexta-feira, 25 de março de 2011

Casa Grande



O escravo que vem atrás parece carregar uma cesta de pães de sabão na cabeça...
Uma de minhas maiores vontades é fazer um sabonete com as características fortes do sabão da Costa. Sabonete feito pelas escravas que vinham da Costa do Marfim. Feito com decoada de cinza, como o Cinderella que eu sei fazer. Mas a fórmula continua secreta e muito bem formatada e adaptada pela Perfumaria Kanitz, do Rio de Janeiro, que não o fabrica mais, pois ficaria muito caro e trabalhoso continuar sua produção. Pena, pois adorávamos o célebre Sabão da Costa, aqui em casa e até hoje, que faço sabonetes, compraria um para curtir seu aroma e textura. Que delícia delicada sobre a pele, que deslize, a potassa deixa o sabão muito leve e suave.
Faço um outro sabão de cinza chamado Casa Grande, pois ele é mais particular para trabalhar do que o Cinderella. Ainda mais complicado.
Mas quem quer só o fácil?
O Casa Grande é feito a partir de um serum de diversos óleos vegetais brasileiros, como castanha do pará, cupuaçu, buriti, andiroba, copaíba e muitos outros, com palma e muito mel e própolis. Casa Grande tem aroma diferente, tem um toque estranho na pele, no começo, porque é um sabonete selado. Ele forma como uma casquinha mais seca.
Os sabonetes de cinza são muito vulneráveis ao ambiente. Se está úmido ele fica forma glicerina demais, o que abaixa a temperatura do sabão, por isso, condensa vapor de água em cima dele parecendo que está suando. Derrete muito rapidamente se estiver molhado, fazendo uma baba. Você deve mantê-lo em local seco.
Mas o que faz à pele e o bem estar que ele traz, vale todas as suas particularidades.
Casa Grande é um sabonete muito bom.


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