Foi lindo!
Acordamos de madrugada, o espetáculo já ia longe, pegamos o final, mas o céu ainda estava tão escuro quanto fica pouco antes do amanhecer. Quando a Lua entrou totalmente na zona de penumbra, o dia já clareava e víamos os primeiros pássaros saírem dos ninhos. Nossas silhuetas delineávam-se contra o céu.
Uma nuvem do tipo cirrus estava pairando neste momento e encobriu totalmente a Lua, como um véu de estátua grega, "Ártemis eclipsada". Querendo sair do outro lado da nuvem, aos poucos a Lua foi sumindo, a Aurora foi raiando e, do lado Leste do céu, Vênus iluminava tudo. As primeiras nuvens do dia pintadas de bege rosado pelas mãos da Aurora.
Mais tarde, o Solstício dava início a mais um Verão, o Sol iluminando tudo.
Bom Verão a todos daqui e Bom Inverno aos que vivem do outro lado do planeta.
Belezas que eu vejo e tento traduzir em palavras, como faço com os aromas.
Nem sempre consigo.
Consigo às vezes???
A magia de produtos cosméticos aromatizados com óleos essenciais naturais, infusões e tinturas de plantas, a intensidade dos aromas balanceados dentro da mente do perfumista, para remeter a outros momentos, para tocar a Essência do Tempo. Este blog fala de óleos essenciais de aromaterapia, de perfumes, sabonetes, cosméticos e muito mais. Etéreo e sensível. Aromas e memórias de toque suave.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Eclipse total da Lua
Foi lindo!
Acordamos de madrugada, o espetáculo já ia longe, pegamos o final, mas o céu ainda estava tão escuro quanto fica pouco antes do amanhecer. Quando a Lua entrou totalmente na zona de penumbra, o dia já clareava e víamos os primeiros pássaros saírem dos ninhos. Nossas silhuetas delineávam-se contra o céu.
Uma nuvem do tipo cirrus estava pairando neste momento e encobriu totalmente a Lua, como um véu de estátua grega, "Ártemis eclipsada". Querendo sair do outro lado da nuvem, aos poucos a Lua foi sumindo, a Aurora foi raiando e, do lado Leste do céu, Vênus iluminava tudo. As primeiras nuvens do dia pintadas de bege rosado pelas mãos da Aurora.
Mais tarde, o Solstício dava início a mais um Verão, o Sol iluminando tudo.
Bom Verão a todos daqui e Bom Inverno aos que vivem do outro lado do planeta.
Belezas que eu vejo e tento traduzir em palavras, como faço com os aromas.
Nem sempre consigo.
Consigo às vezes???
domingo, 19 de dezembro de 2010
Cinderella
Este, no tacho, é o sabonete Cinderella.
Feito a partir de barrilha de cinzas do fogão de lenha, cera propolizada, cera de abelha, manteiga de karité, óleo de palma e coco babaçu, mais outros óleos interessantes. Perfumado com muitos óleos essenciais, caprichando no benjoim.
Trabalhoso que só vendo!!! Demora muitos dias ou semanas para ser feito.
Depende de tudo, do tempo, da decoada, da madeira que foi queimada, se a cinza é nova ou mais antiga, se queimou depressa ou ficou queimando muito tempo, enfim... Cada particularidade faz com que ele seja diferente a cada partida feita.
Tenho a liberdade expressa de acrescentar um pouco de soda 50% para endurecer, se ele por sí só não conseguiu ficar na consistência, mas é raro.
Primeiro a cinza: não pode ter nada que não seja lenha queimando alí. Papel, plástico, madeira tratada, pintada ou com agrotóxico, não podem ser usados para a confecção de sabonetes.
Depois a decoada: se vou molhar a cinza, se vou deixar ela escura, se coarei a barrilha duas vezes ou mais, para concentrar, enfim, cada jeito é um jeito.
Depois a barrilha vai ao fogo. Marrom para o Cinderella, cinzenta para o Casa Grande.
Depois que começa a ferver, acrescento os óleos - aos poucos, para não explodir a preparação, que é um pequeno vulcão doméstico...
Depois é mexer. Mexer, mexer, mexer, porque se parar de mexer, vai explodir.
Quando adquire consistência de melado, como na foto, você já pode desligar o fogo e deixar para o dia seguinte a continuação.
Todo este processo leva muitos dias.
Depois de evaporar por alguns dias, retorna ao fogo para adquirir consistência pastosa.
É onde vai ser tratado com uma técnica especial de atenuar aquele cheiro ruim da cinza. Segredo de ofício.
Atingindo o ponto de sabão bem pastoso e pesado de mexer, desligo o fogo, deixo esfriar bem e perfumo.
A Cinderela verdadeira, tinha uma fada madrinha.
Meu Cinderella, tem uma Xabru que fica de olho nele.
E dá um trabalho enorme, principalmente quando resolve dar um baile e me fazer dançar...
sábado, 18 de dezembro de 2010
DHAFER YOUSSEF - MIEL ET CENDRES
The MAGIC Of Bulgarian Voices & Music - polegnala e todoora (Todoora's ...
sábado, 11 de dezembro de 2010
Cambuquira
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Mercador de Especiarias
Curupira
In Brazilian indigenous culture there is a gnome called Curupira. He is small like a very ugly child, has red hair painted thick with urucum (anato seeds). Sometimes he walks on bare foot, sometimes he rides a caititu - a wild boar.
He carries an empty tortoise shell with which he beats a big tree called sumaúma to immitate a thunder even if the day is bright.
He wanders in the forest looking for tobacco leaves to chew or smoke and - this is the intersting part - chasing hunters and wood gatherers. Yes, Curupira is like a jungle guardian, a wild child like imp.
The funny thing about this character is that he has his feet turned backwards, and whistles like an uirapuru, a small bird that sings so marvelously that all the other birds and creatures keep silent to listen to its song. It sings only once a year.
This legendary bird brings good luck to the ones who own it. So if you find one you are lucky forever. Any hunter will certainly go for it.
Soon he will find footprints and thinks someone else is searching for the bird, so he has to get it first. Sooner or later he will encounter the gnome who will ask him for a smoke.
If he doesn't fulfill his wish, Curupira will kill and eat the hunter. Nobody can go into the jungle to fell a tree unless they make Curupira a gift of tobacco and meat.
Of course the Curupira is only a legend for innocent people like children and indians. If he was real he would protect the jungles of Brazil against greed, depletion and degradation.
All this is by way of explaining why I called my homestead Sítio Curupira, where I am at this moment.
It is sunny and silent. Only the birds are singing.
I am going to go out.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Toninho Horta - Era só começo nosso fim
domingo, 28 de novembro de 2010
sábado, 27 de novembro de 2010
Depois da Lua Azul
domingo, 7 de novembro de 2010
O Céu estrelado
Dicas e toques
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Amigos e amigas
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Sabonetes -- um capítulo à parte.
Alguns produtos
Alguns produtos que eu faço serão comentados aqui, por simples falta de jeito de colocá-los em minha página.
Gostaria de saber mexer nela sozinha, mas meu conhecimento de computação não é suficiente. Tenho muito que aprender, em todos os sentidos...
Então vou me conformando em falar mais no blog.
Antes de tudo, faço perfumes desde os 20 anos de idade, o que significa, na linha do tempo, 37 longos anos. Dizer que "sei" fazer perfumes, é algo que não digo, pois uma das coisas que move nossa vida é nunca estarmos acabados em nosso conhecimento.
Na verdade, agora é que estou aprendendo! Aprendendo com Justine Crane, em primeiro lugar, que é a minha professora de perfumaria antiga, que trabalha com arômatas naturais. Com minhas colegas de curso, sem dúvida, Yuko Fukami, Lisa Abdul-Quds, Holly Simpson, pois trocamos muitas informações. Também com Ruth Ruane, a diretora da Academia de Artes Perfumísticas NNAPA, que nos proporciona muitas oportunidades e tem um belo bazar de arômatas de que podemos dispor. Também com Shelley Waddington, que ensina a composição usando isolados naturais.
Todos e o esforço em conseguir ingredientes interessantes, desconhecidos, raros, complicados de trabalhar, empenho nos estudos, em livros antigos e modernos, muitas vezes caros, difícies de ler e sempre em língua estrangeira, que encontramos em sebos e em forma de e-livros na internet.
Faço perfumes e entre eles estão alguns de que gosto muito, como Iz, Juvena, Nuit Oriental, Al Amir...
São perfumes naturais, com fixação natural, com aromas diferentes dos comerciais, que deixam um rastro suave e não intoxicam quem você abraçar nem fazem escândalo quando você chega. Chamam a atenção pelo aroma diferente de tudo que você está acostumado a cheirar.
Esta característica é importante como distintivo de minha marca olfativa.
O perfume natural se concentra onde você o coloca, demora algumas horas perfumando, sem enjoar, pois aos poucos o aroma se transforma e esta mobilidade, faz com que as notas do perfume sejam percebidas em sua totalidade.
Ele fica onde você está e quanto mais perto de você uma pessoa chega, mais perceptível se torna, dando um caráter mais intimista.
O perfume natural é rico e repleto de nuanças. Você precisa experimentar.
Mas como a foto inicial indica, também faço sabonetes. E este é o próximo assunto.
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Memórias de perfume...
Dentro de nosso cérebro, está o sistema límbico, responsável por nossa memória remota, as percepções do ambiente, relacionadas ao ato de comer, o faro, o paladar. É ele que faz com que um perfume nos remeta a outros tempos, que associemos os aromas aos momentos.
É ele que determina que lembremos de um determinado prato, que associa um cheiro a podre ou a uma flor e quem já cheirou uma rosa, já espera o aroma, quando cheira outra.
É através dos nossos sentidos que percebemos o ambiente a nosso redor. Estes sentidos são analisados pelas células do sistema nervoso, que darão uma resposta aos estímulos que recebemos do ambiente.
É como dizer, quero, não quero, gosto, não gosto.
A nossa visão vai ajudar a nos situar. Mas se você fecha os olhos, os outros sentidos se aguçam.
Por isso fechamos os olhos quando sentimos um perfume ou ouvimos uma música que gostamos muito. E isso nos remete a outros tempos vividos ou imaginados.
É isso que sinto agora, quando o ar me traz o aroma do saquinho de amostras de oud, aqui na gaveta ao meu lado. Pequenas gotas aprisionadas em mínimos flaconetes, que me pasmam por sua ancestralidade.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Ladrão de Aromas
Perfumaria Antiga.
Usando este magnífico flacon do perfume L'Abeille Noire, de Guerlain, quero iniciar a conversa sobre perfumes.
Falar sobre aromas é algo difícil. No nosso vocabulário, as palavras raramente expressam o aroma das coisas, a não ser de uma maneira radical ou comparativa.
Cheiro de mato queimado, de carniça, de lixo, de fermento, de suor, de meia suja, odor de chiclete, aroma de rosa, de jasmim, ou algo assim. Nunca sabemos direito como nos expressar para qualificar um aroma.
Avaliar o aroma fica sendo uma tarefa muito subjetiva e cansativa, pois identificar um aroma através das palavras é complicado demais.
Mas temos que seguir tentando e tento descrever o aroma da tuberosa, poudré, doce, envolvente, intoxicante, liliáceo, induz ao sono, parece fruta, pastoso, mel.
Tem aroma secundário de pêssego, mamão, nectarina, manga ou alguma fruta cheirosa, amarela, polpuda e suculenta.
No fundo, bem no fundo, tem uma nota animal, meio podre, nauseante, cansativa. Que lembra flores velhas em uma vaso que ninguém se lembrou de trocar a água.
Como tecer uma canção de tuberosa? Combina tão bem com o jasmim e a rosa, mas contrário aos prognósticos, palmarosa e lemongrass.
Que base ficaria bem? Benjoim, styrax, opoponax, olíbano, talvez.
Na nota de sorriso, hespérides. Colheria tangerinas bem maduras. Petitgrain de limão capeta.
Este perfume não existe. Mas quem entendeu o meu pensamento, sabe do que estou falando.
Este jogo sensível de compor no papel, de escrever somente e imaginar, é o melhor de todos os perfumes.
É como o vôo ensolarado das abelhas negras de Guerlain, que eu imagino, imagino, mas não sei o que é.
domingo, 24 de outubro de 2010
Perfumaria
